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Meu querido diário: O Encontro Inesperado

Foto do escritor: Priscila CardozoPriscila Cardozo

Oi, mais uma história para te contar...

Hoje aconteceu algo inesperado. Conheci alguém. Não me lembro bem como começou, mas, de repente, lá estava ela, do meu lado, puxando assunto como se já nos conhecêssemos há anos (pior que minha mãe me contou que a gente se conhece desde pequena).

Tinha um jeito curioso: um olhar intenso, um sorriso meio tenso, como quem carrega o mundo nos ombros, mas não quer demonstrar. Começou perguntando sobre o meu dia, se estava tudo bem... Eu respondi, no automático, que estavam, mas ela logo foi além. "E se algo der errado?", disse, baixinho, quase como se estivesse pensando alto. Achei estranho, mas segui a conversa.

O papo fluiu de um jeito que me prendeu. Ela sabia exatamente como me fazer questionar tudo: "Você tem certeza de que fez o suficiente?", "E se amanhã for pior?" ou "Já pensou em todas as coisas que podem dar errado?".

Por algum motivo, parecia conhecer cada detalhe da minha vida, como se já tivesse estado presente em todos os momentos, só que à distância.

No começo, achei que era só preocupação. Quem nunca, não é? Mas, com o tempo, percebi que havia algo mais. A cada nova pergunta, sentia meu peito apertar um pouco mais, minha respiração ficar mais curta. Ela não estava só curiosa; parecia determinada a me fazer carregar uma carga que eu nem sabia que tinha.

Foi então que entendi: essa pessoa não era alguém novo na minha vida. Na verdade, ela sempre esteve por aqui, só que disfarçada. Esse encontro na rua foi apenas o momento em que ela decidiu se apresentar formalmente.

Era a ansiedade.

O excesso de preocupação, o medo de não dar conta, as perguntas que nunca levam a respostas. Ela tem esse jeito sedutor de se infiltrar nos nossos pensamentos, como se estivesse nos protegendo de algo. Mas, na verdade, só quer companhia no caos que cria.

Encerrei a conversa dizendo: "Obrigada pela preocupação, mas não preciso de você agora." .

Percebi que, embora ela sempre vai tentar caminhar comigo, não preciso segurá-la pela mão, todas as vezes...

Por hoje é só... até a próxima página.



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